Livro de Carlos Wehrs reconstrói a memória niteroiense em 26 capítulos
Lavinia Portella

A velha frase nunca pareceu tão correta: a história se repete. Quem quiser comprovar, basta ler sobre a batalha travada entre os anos de 1849 e 1929 contra o mosquito transmissor do dengue, responsável pela epidemia de febre amarela que dizimava a população na época. No livro “Capítulos da memória niteroiense”, lançado na semana passada, Carlos Wehrs, de 75 anos, descreve a luta das autoridades sanitárias e o sofrimento da população durante os anos em que a doença se alastrou, além de outros episódios curiosos, entre eles o burburinho formado em torno do primeiro cinema que funcionou em Niterói.

Por causa da epidemia, conta o autor — nascido e criado em Niterói — a cidade abrigou o primeiro forno crematório do estado. Devido ao excesso de mortes provocadas pela febre amarela, o cemitério anexo ao Hospital Marítimo Santa Isabel ficou saturado. O fato levou o imperador a ordenar a construção de um crematório em Jurujuba em 1884, como conta o autor num dos 26 capítulos do livro.

O primeiro cinema niteroiense chegou em 1907. Era o Parque Rio Branco, na Avenida Visconde do Rio Branco, onde também havia a cervejaria do mesmo nome. Em 1908, o cinema passou a se chamar Polyterpsia, “o maior e mais ventilado da cidade”, conforme informavam os anúncios veiculados na época.

— Há poucos livros sobre Niterói. Por isso, resolvi preencher a lacuna — conta o autor do livro, lançado em edição revista e ampliada.

O livro custa R$ 15,00 e esta à venda nas livrarias da Eduff e Ver e Dicto.

Fonte: O Globo on line - Niterói - 07/04/2002

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