Niterói, a 3ª melhor cidade do país
Cássia Almeida

O Atlas do Desenvolvimento Humano, divulgado ontem, mostrou um salto na qualidade de vida de Niterói. A cidade passou a ser a terceira melhor do país, com IDH de 0,886, equivalente ao da Grécia, que ocupa a 24 posição entre os 173 países acompanhados pelas Nações Unidas. Em 1991, a cidade figurava na 15 posição. A renda e a educação foram as responsáveis pela melhoria nas condições de vida da cidade. Na comparação dentro do estado, Niterói ganha inclusive da capital Rio de Janeiro, que fica na segunda posição no estado e na 61 lugar no Brasil:

— A cidade tem atraído muitos executivos, em busca de mais segurança e qualidade de vida. O transporte marítimo mais rápido com os catamarãs e a Ponte Rio-Niterói facilitam o acesso dos que trabalham no Rio e preferem morar em Niterói — afirmou o prefeito da cidade, Godofredo Pinto (PT).

O prefeito ressalta, também, o renascimento da indústria naval no município que vem trazendo empregos e, conseqüentemente, mais renda para a cidade.

— Há também o grande número de universidades que atrai estudantes do Rio e as opções culturais, principalmente museus. A população de Niterói deve se sentir orgulhosa com o reconhecimento da nossa qualidade de vida — disse.

Só oito cidades no Rio têm alto desenvolvimento

Na outra ponta está Varre-Sai como o pior município do estado. Seu IDH é de 0,679, ainda sim considerado de médio desenvolvimento humano. No Rio, não há municípios considerados de baixo desenvolvimento.

Porém, com os melhores indicadores, há apenas oito cidades entre os 91 existentes no estado: Niterói, Rio de Janeiro, Nova Friburgo, Resende, Barra Mansa, Petrópolis e Itatiaia. Em 1991, a situação era pior, havia apenas dois municípios com alto desenvolvimento: Niterói e Rio de Janeiro.

O Estado do Rio ainda se conserva entre os cinco estados com alto desenvolvimento humano (IDH de 0,800 para cima), porém perdeu a quarta posição que ostentava em 1991 para Santa Catarina.

Enquanto o Estado do Rio aumentou seus indicadores de renda, longevidade e educação em média de 6%, Santa Catarina avançou em torno de 10% de 1991 para 2000.

O estado com o melhor IDH é o Distrito Federal, lugar que manteve cativo, seguido de São Paulo e Rio Grande do Sul, que também mantiveram suas posições entre 91 e 2000. Em todos os estados, como nos municípios, a educação foi responsável pela melhoria nos indicadores. Em 21 estados, a alfabetização e a freqüência escolar responderam por mais de 50% da
elevação no índice.

Ceará e Mato Grosso, os que mais subiram no ranking

A expectativa de vida também contribuiu, com mais força em Roraima (39,02%) e com menos intensidade em Santa Catarina (15,15%).

Já a renda que vem caindo nos últimos anos no país chegou a reduzir o IDH de Roraima em 37,64%. O estado passou da oitava posição no ranking para 13 posição.

O Ceará conseguiu melhorar a qualidade de vida dos seus moradores a ponto de subir da 23 posição de 1991, para 19 lugar em 2000. Mato Grosso também subiu da 12 posição para nona.

Apesar do aumento no indicador, Alagoas e Maranhão não conseguiram subir na classificação dos estados. O aumento em torno de 18% nos dois estados não foi suficiente para tirar Alagoas e Maranhão das últimas posições. Outros estados do Nordeste figuram com os piores indicadores: Piauí, Paraíba, Sergipe e Pernambuco. (Cássia Almeida)  
Fonte: O Globo - RIO - 28/12/2002

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