Maternidade do Huap
reabrirá no próximo mês
Erika de Castro
Depois de quatro anos fechada para obras, a maternidade do Hospital
Universitário Antônio Pedro (Huap) reabre no próximo mês. O setor,
transformado num centro obstétrico com 25 leitos, dará atendimento a gestantes
de alto risco e será equipado com UTI neonatal e berçário. Entretanto, o
número ainda não é suficiente para suprir a demanda: segundo a Fundação
Municipal de Saúde, 10% dos partos realizados no município apresentam algum
tipo de risco para o bebê ou para a mãe.
Por ano são realizados 5.250 partos na rede pública de Niterói. A cidade,
porém, conta com 89 leitos espalhados por quatro unidades. Segundo cálculos do
secretário de Saúde de Niterói, Francisco D’Ângelo, seriam necessárias
mais 50 vagas para que não houvesse sobrecarga nos hospitais.
— A inauguração da maternidade do Hospital Antônio Pedro vai ajudar a
desafogar as outras unidades, principalmente o Hospital Estadual Azevedo Lima,
mas não resolverá o problema por inteiro — reconhece D’Ângelo.
Grávidas de alto risco terão cinco leitos exclusivos
Em função da grande procura, mesmo tendo sido preparada para receber grávidas
de alto risco, a maternidade do Huap não ficará restrita a esse tipo de
atendimento. A expectativa do diretor da unidade, Rogério Benevento, é que as
gestantes sem problemas ocupem até 95% dos leitos.
— Sabemos que em função da demanda, em muitas ocasiões quase todos os
leitos estarão ocupados por parturientes que não apresentam risco. De qualquer
forma, reservamos cinco leitos exclusivos para as gestantes com problemas —
diz Benevento. — A estrutura do centro obstétrico foi planejada com base nos
números do município que indicam o percentual médio (10%) de gestações
desse tipo.
Numa sala improvisada, criada em 2000, o Huap mantém apenas quatro leitos
reservados às gestantes e quatro incubadoras na UTI neonatal. Benevento
reconhece que o espaço não é adequado, mas foi montado por causa da demanda.
— O Huap sempre foi referência na cidade e não poderíamos deixar de atender
às mulheres que procuravam a unidade — diz o diretor, acrescentando que no
primeiro semestre deste ano foram realizados 18 partos, metade deles de alto
risco.
A modernização da maternidade foi realizada com recursos do Reforsus, do
Ministério da Saúde, e custou R$ 345 mil. As obras incluíram ainda a
ampliação da UTI neonatal, de quatro para sete incubadoras de CTI, além de 18
intermediárias; a construção do berçário e de dois centros cirúrgicos; e a
compra de aparelhos de ultra-sonografia.
Segundo Benevento, o dinheiro do Reforsus não foi suficiente e o hospital
precisou desembolsar cerca de R$ 10 mil para concluir a reforma:
— Quando a verba acabou os setores ainda precisavam de ar-condicionado e
lâmpadas. As instalações elétricas também necessitavam de uma revisão.
Sem profissionais para trabalhar nas unidades, a direção recorreu novamente ao
Ministério da Saúde, que autorizou a liberação de R$ 70 mil mensais para a
contratação de médicos, enfermeiros e auxiliares.
— O governo federal vai liberar os recursos no início de setembro e em
aproximadamente dez dias estaremos com o quadro completo — afirma Benevento.
Fonte: O Globo - Niterói - 18/08/2002 | |||