Teatro da UFF comemora
20 anos
Erika de Castro
Ele encena o papel de difusor de artes na cidade e segue o script com a
determinação de quem reconhece sua importância. No próximo dia 14, o Teatro
da UFF completa 20 anos e oferece, a partir de quinta-feira, uma programação
cultural extensa, que mistura música, dança, peças e debate. As
comemorações incluem ainda o batismo da sala, que passará a se chamar
Hippólito Geraldes, niteroiense que atuou como ator, produtor e diretor.
Localizado no antigo prédio do Hotel Cassino Icarahy, o teatro universitário
nunca teve como característica se prender somente a espetáculos teatrais.
Durante essas duas décadas, a vocação foi diversificar as atividades
apresentadas. Para o diretor do Centro de Artes UFF, Leonardo Guelman, a
proposta se encaixa perfeitamente com Niterói.
— A cidade nunca teve muitas opções culturais e nós temos a obrigação de
oferecer todas as correntes artísticas. Além disso, temos a preocupação de
não nos rendermos somente ao que é comercial — diz Guelman.
Cássia Eller e Ed Motta deram os primeiros passos no teatro
Mesmo sem investir em artistas que estejam em evidência, o teatro já recebeu
estrelas de primeira linha. Paulo Autran, Tônia Carrero, Chico Anysio e Marieta
Severo foram alguns dos famosos que pisaram no palco da UFF. Outros, ainda em
início de carreira, como Cássia Eller, Zélia Duncan, Zizi Possi, Lobão e Ed
Motta também despontaram por lá.
A gerente de atividades teatrais da UFF, Ana Paula Cerbino, à frente do teatro
há um ano e meio, ressalta que a idéia é sempre a de formar um público
cativo e exigente. O calendário de comemorações, segundo ela, foi elaborado
com a intenção de reafirmar essa característica:
— Apostamos em pessoas que estejam em busca de novidades. Por isso, viajamos
em busca de projetos culturais de boa qualidade. Além disso, investimos em
novos talentos.
Doente, homenageado não deve participar da comemoração
A escolha do nome da sala foi uma tarefa difícil. Depois de duas décadas sem
batismo, a direção decidiu aproveitar o aniversário para lançar a novidade.
De acordo com Guelman, a escolha do nome do ator e produtor Hippólito Geraldes
foi unânime.
— Ele sempre foi um grande incentivador do teatro da UFF e permaneceu aqui
durante 16 anos, sempre inovando. É uma forma de homenageá-lo — explica
Guelman, acrescentando que Geraldes passa por sérios problemas de saúde e não
deve participar das festividades.
A sala, que ganhou um nome, deve passar por uma reforma. Pelo menos esse é
plano da diretoria. Desde 1995 — quando as cortinas e as poltronas foram
trocadas — o teatro não entra em obras.
A gerente Ana Paula Cerbino diz que é preciso substituir os sistemas de luz e
de som, além de realizar manutenções nos camarins e no próprio palco.
— Todos esses equipamentos têm a idade do teatro. Com o tempo, eles ficaram
desgastados, mas como vivemos do que arrecadamos é raro sobrar verba —
explica a gerente.
Fonte: Globo Niterói - 28/07/2002 | |||