Fortaleza de Santa
Cruz: reforma após 106 anos
Patrícia Faria
Um dos grandes exemplares da arquitetura colonial portuguesa no estado, a
Fortaleza de Santa Cruz, em Niterói, será restaurada. A última obra realizada
ali foi em 1896. Para os trabalhos, o BNDES vai liberar R$ 806 mil, conforme
noticiou Ancelmo Gois ontem em sua coluna no GLOBO.
A fortaleza foi construída em 1567, na entrada da Baía de Guanabara, para
defender Niterói de possíveis invasões. Em suas celas chegaram a ficar presos
políticos como Miguel Arraes, ex-governador de Pernambuco. Tombada pelo
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1939, a
fortaleza recebe cerca de 180 mil visitantes por ano. Depois das obras de
recuperação, a idéia é incrementar ainda mais o turismo ali.
Entre as propostas do BNDES para a fortaleza está a atracação de barcos, como
já acontece em vários pontos turísticos do mundo. Com a volta dos passeios
turísticos pela Baía de Guanabara, os visitantes poderão chegar ali pelo Cais
Imperial, o mesmo usado por dom Pedro II em suas visitas.
O projeto de restauração será executado pela Fundação Cultural do
Exército. As obras, que começarão nos próximos dias, devem estar concluídas
até o fim do ano. Serão substituídas telhas, restaurados o emboço e a
pintura externa e construída uma rede de esgoto. Além disso, haverá a
impermeabilização da laje do pavilhão de comando e do salão de pedra.
Concepção arquitetônica da fortaleza é francesa
A fortaleza tem duas galerias, uma com 20 e outra com 21 casamatas, que são
abrigos subterrâneos com paredes grossas para instalação de baterias ou
proteção de material e pessoas. A concepção arquitetônica é francesa, mas
várias modificações foram feitas pelos portugueses. Com o investimento, o
BNDES contribui para o projeto Fortificações da Baía de Guanabara, cujo
objetivo é criar um programa artístico-cultural que abranja todas as
fortalezas do Rio e de Niterói.
Fonte: O Globo - 22/10/2002 | |||