VESTIBULAR UFF/1997 - <br>
Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Grupos D/I - 2ª Etapa VESTIBULAR UFF/1997 - Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Grupos D/I - 2ª Etapa

Esta prova com as respostas

TEXTO I

	Depois  da  independência,  se  não antes, começamos a balbuciar a nossa literatura,
   pagamos, como era natural, o tributo à imitação, depois entramos a sentir em nós a alma brasileira,
   e a vazá-la nos escritos, com a linguagem que aprendemos de nossos pais.
	Prosseguimos  na  modesta senda, quando em Portugal principiou a cruzada contra a  
5	nossa embrionária e frágil literatura, a ponto de negar-se-lhe até uma individualidade própria. Não 
   era generoso, e não era justo. Basta que a escola dos escritores portugueses, começando pelo
   príncipe dos seus prosadores, Alexandre Herculano, não se associou à ingrata propaganda.
	Ainda assim, não reagimos, e nem pensamos em retaliar. No Brasil também se cultiva a
   crítica; e desde remotas eras Aristarco mostrou que não há superioridade inacessível à censura.
10 Todavia respeitávamos os representantes ilustres da literatura mãe.
   Enquanto em Portugal, sem darem-se ao trabalho sequer de ler-nos, acusavam-nos de abastardar a
   língua, e enxovalhar a gramática; nós, ao contrário, apreciando as melhores obras portuguesas,
   aprendíamos na diversidade dos costumes e da índole a formar essa literatura brasileira, cuja 
   independência mais se pronuncia de ano em ano. É infantil; será incorreta; mas é nossa; é 
15 americana.
ALENCAR, José de. O nosso cancioneiro. Apud
COUTINHO, A. Caminhos do pensamento crítico.
Rio de Janeiro /Brasília: Pallas/INL, 1980
p. 188-9

1ª Questão: (2,0 pontos)

Ao se referir à literatura portuguesa, no texto I, Alencar emprega o vocábulo "mãe". Por outro lado, referindo-se à nossa literatura, ele utiliza o verbo "balbuciar" e o adjetivo "embrionária".
Transcreva integralmente o período em que Alencar emprega um adjetivo de sentido relacionado a "balbuciar" e "embrionária", para qualificar a literatura brasileira.


2ª Questão: (2,0 pontos)

Transcreva, do texto I, uma locução verbal em que o auxiliar exprime um processo considerado em sua fase inicial, semelhante a : "começamos a balbuciar". (linha 1)


TEXTO II

ORGULHO
Olha este céu ! E a transparência deste ar !
Olha este sol que é um cacique de brasas
com seu escudo polido e seu cocar
de raios ! Ouve esta música de asas
vibrando sobre este esplendor de passifloras ...
Olha esta serra colossal,
o arrojo desta cachoeira dando um salto mortal ...
Estes frutos que encerram sóis e auroras
na sua polpa. Estas madeiras
cujo cerne tem a cor das fogueiras,
e as maravilhas
destas flores fluviais tão grandes como ilhas ...
Esta fauna esquisita e bizarra,
estes insetos que são poetas como a cigarra,
que são arquitetos como o cupim ...

Onde você já viu terra tão linda assim ?

Fecho os olhos imerso
no esplendor que esta pátria imensa encerra
e porque minha terra é a mais bela da terra
eu me sinto o maior Poeta do universo !

PICCHIA, Menotti del. Poesias. São Paulo:
Martins/Secretaria da Cultura, Ciência
e Tecnologia, 1978. p.137


3ª Questão: (2,0 pontos)

Transcreva, apenas, os segmentos da primeira estrofe do poema em que há um recurso metafórico para representar a imagem do sol.


4ª Questão: (2,0 pontos)

Reescreva o verso "Onde você já viu terra tão linda assim?", empregando o mesmo mecanismo lingüístico de comparação usado nos versos de Gonçalves Dias, abaixo transcritos:
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,

5ª Questão: (2,0 pontos)

O verbo "olhar" na primeira estrofe está empregado na forma imperativa, segunda pessoa.
"Olha este céu !
Olha este sol "
Flexione as formas verbais, empregando-as na terceira pessoa do singular.

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Data da última atualização : 27/06/1997

Créditos
Digitação - Lúcia Regina Ribeiro Mariano
Coordenador Acadêmico - Fernando de Azevedo Prado
Coordenador de Informática - Luiz Alberto Maron Vieira

Copyright © 1997 COSEAC - Coordenadoria de Seleção. Universidade Federal Fluminense

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