Informativo
da Universidade Federal
Fluminense
Uma publicação
da Assessoria de
Comunicação Social (Ascom)
www.uff.br/ascom/uffon
Provão
99 abre novo ranking dos cursos
Os
resultados do Provão 98 e as inscrições para o
teste deste ano – abertas até 28 de março –
estão mobilizando alunos e professores que, apesar
das ressalvas ao método, defendem a importância da
avaliação para o aperfeiçoamento do ensino de
graduação. O que muita gente não sabe, por ser
pouco divulgado, é que o critério para atribuição
dos conceitos (de A a E) aos alunos de cada instituição
não está diretamente relacionado ao valor das
notas por eles obtidas no Exame Nacional dos Cursos.
O que o MEC faz é um ranking dos cursos,
dentro de um critério estatístico sem fundamentação
pedagógica.
"Para
se definirem os conceitos de cada curso, foi
calculada, em primeiro lugar, a média aritmética
das notas dos seus graduandos presentes ao Exame,
incluindo-se aí os zeros resultantes de provas em
branco" – explica o Relatório-Síntese do
Provão 98 publicado pelo Inep – Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais.
"Em seguida, os cursos foram ordenados, segundo
as médias obtidas, e agrupados em categorias,
delimitadas pelos percentis 12, 30, 70 e 88. O
percentil 88 (ou o 88º percentil) é o valor que
separa do restante as 12% mais altas médias"
– continua o documento.
Trocando
em miúdos, isto significa que se 88% dos cursos de
uma área de conhecimento obtiverem médias entre
9,7 e 10 eles vão receber conceitos de D a A,
enquanto um curso com 9,6 de média ficará com
conceito E. Da mesma forma, um curso com média 2,8
pode ter conceito A, desde que esteja entre os 12%
com maiores notas, o que favorece as áreas que têm
muitos cursos com desempenho médio nacional fraco.
Sem entrar no mérito dos conteúdos avaliados e
outros pontos polêmicos, apenas analisando os critérios
de atribuição dos conceitos, surgem perguntas: um
curso conceito A e média 2,8 pode ser considerado
de excelência? Um curso conceito E com média 9,6
pode ser fechado?
QUE
AVALIAÇÃO É ESSA?
De
acordo com o Inep o Exame Nacional de Cursos é
"um dos elementos da prática avaliativa, que
tem por objetivo alimentar os processos de decisão
e de formulação de ações voltadas para a
melhoria dos cursos de graduação. Visa a
complementar as avaliações mais abrangentes das
instituições e cursos de nível superior que
analisam os fatores determinantes da qualidade e a
eficiência das atividades de ensino, pesquisa e
extensão, obtendo dados informativos que reflitam,
da melhor maneira possível, a realidade do
ensino". Para o instituto, o exame "não
se constitui, portanto, em um mero programa de
testagem nem no único indicador a ser utilizado nas
avaliações das instituições de ensino
superior". Contudo, o MEC condiciona a concessão
do diploma registrado (fundamental para o exercício
profissional em algumas carreiras) ao simples
comparecimento ao Exame, independentemente do
resultado.
O
Momento UFF ouviu os coordenadores de todos
os cursos que vão ser avaliados este ano. Quase
todos apontaram distorções no método utilizado
pelo Ministério mas condenaram o boicote – feito
pelos alunos de Jornalismo e de licenciatura em
Matemática (de Santo Antônio de Pádua) – como
forma de protesto.
O
conceito E recebido pelos alunos de Jornalismo (uma
das três habilitações do curso de Comunicação
Social e segunda maior relação candidato-vaga no
vestibular de 99) foi destaque nos jornais do Grande
Rio que, no entanto, não esclareceram devidamente
ao público que se tratava de um boicote, como
divulgou a Assessoria de Comunicação da
Universidade. O resultado já havia sido antecipado
em junho do ano passado pelo nº 1 do tablóide Aliás:
"dos 42 alunos que compareceram ao Provão, 40
entregaram a prova em branco ou redigiram notas de
protesto contra essa forma de avaliação das
universidades", informou a publicação feita
pelos alunos da disciplina Jornal Laboratório.
Na
verdade, o ensino de Jornalismo da UFF não chegou a
ser avaliado, ressalvou o coordenador do curso de
Comunicação Social, Antonio do Amaral Serra, que
até o fechamento desta edição ainda não havia
recebido a comissão de especialistas do MEC
encarrecada de checar a titulação e jornada de
trabalho dos docentes, bem como a infra-estrutura do
curso. Segundo a chefe do Departamento de Comunicação,
Sylvia Moretzsohn, os 27 professores responsáveis
pelas disciplinas teóricas e práticas oferecidas
aos estudantes de Jornalismo têm o seguinte nível
de qualificação: 12 são doutores, sete são
mestres (dois deles doutorandos) e cinco mestrandos;
24 trabalham em regime de dedicação exclusiva,
dois em 40 horas e um em 20 horas.
Outro
curso que não teve seu conceito E muito bem
explicado foi o de Matemática de Pádua. No final
de dezembro a comissão de formandos enviou uma nota
ao jornal O Tempo, que circula no noroeste
fluminense, explicando que todos os estudantes,
"sem exceção", assinalaram duas
alternativas em cadaquestão e rasuraram o espaço
destinado à resposta das questões discursivas.
"Fizemos um protesto isolado contra esta forma
de avaliação arbitrária (grifo deles),
abusiva e inadequada imposta pelo Governo",
afirmaram. Agora o Provão – que foi realizado
durante período de greve prolongada – está sendo
discutido entre professores e alunos, segundo a
coordenadora do curso, Célia Januzzi.
"Querendo ou não, é o que nos foi imposto
para avaliar os cursos. Acho que os alunos devem
fazer", diz. Ela também aguarda a comissão de
especialistas do MEC para verificar as condições
do curso, que habilita professores para 1º e 2º
graus e possui 16 professores, dos quais 8
substitutos. "Espero que seja uma avaliação
justa. Avaliação como diagnóstico é sempre boa e
deve ser contínua. Sabemos das nossas deficiências,
pois já nos auto-avaliamos. A avaliação do
Paiuff, por exemplo, feita em 1997, foi e está
sendo muito útil, subsidiando a elaboração do
novo currículo", esclarece a coordenadora.
CONCEITOS
DA UFF NO EXAME NACIONAL DE CURSOS (PROVÃO)
- 1996-98 |
Curso |
Ano |
Alunos |
Docentes
(Titulação) |
Docentes
(carga horária) |
Adminstração
(Niterói) |
1998 |
A |
A |
A |
1997 |
A |
SI |
SI |
1996 |
A |
SI |
SI |
Adminstração
(Itaperuna) |
1998 |
A |
SI |
SI |
1997 |
SI |
SI |
SI |
1996 |
SI |
SI |
SI |
Adminstração
(Macaé) |
1998 |
A |
A |
A |
1997 |
SI |
SI |
SI |
1996 |
SI |
SI |
SI |
Adminstração
(Nova Iguaçu) |
1998 |
A |
SI |
SI |
1997 |
SI |
SI |
SI |
1996 |
SI |
SI |
SI |
Direito
(Niterói) |
1998 |
C |
B |
A |
1997 |
B |
C |
A |
1996 |
B |
C |
B |
Direito
(Nova Iguaçu) |
1998 |
B |
E |
A |
1997 |
E |
SI |
SI |
1996 |
SI |
SI |
SI |
Engenharia
Civil |
1998 |
B |
A |
A |
1997 |
A |
A |
A |
1996 |
A |
A |
A |
Engenharia
Elétrica |
1998 |
C |
A |
A |
Engenharia
Química |
1998 |
B |
A |
A |
1997 |
A |
A |
A |
Jornalismo |
1998 |
E |
SI |
SI |
Letras |
1998 |
A |
A |
A |
Matemática
(Niterói) |
1998 |
A |
A |
A |
Matemática
(Pádua) |
1998 |
E |
D |
A |
Medicina
Veterinária |
1998 |
C |
A |
A |
1997 |
C |
A |
A |
Odontologia |
1998 |
C |
A |
A |
1997 |
C |
A |
A |
QUESTÕES
MAL FORMULADAS
Um
pequeno movimento em favor de boicote também rondou
os estudantes de Odontologia da UFF, que acabaram
aderindo integralmente ao Provão. No entanto, eles
não estão muito preocupados se o teste trará
benefícios ou prejuízos para as suas carreiras,
segundo o coordenador do curso, Eduardo Gomes Cortes
Castro. Tanto que nem se abalaram com o conceito C
em que foram enquadrados, em contraste com um corpo
docente que há dois anos recebe A em titulação e
jornada de trabalho. Já os alunos de Engenharia Elétrica
reagiram indignados ao mesmo conceito, revela o
coordenador Josef Perecmanis, para quem o Provão é
mal formulado. "A turma era uma das melhores,
mas o MEC misturou alunos de habilitações
diversas, como elétrica, eletrônica, telecomunicações.
No nosso caso, eram poucos de elétrica e a maioria
de telecomunicações, com muito tempo de faculdade.
O curso é muito bom (os professores também são
A). O mercado absorve nossos alunos, que conseguem
empregos e estágios em grandes empresas",
informa Perecmanis. Para ele, a maior preocupação
dos recém-formados não é o Provão mas a crise do
setor elétrico. "A privatização diminuiu a
quantidade de empregos", avalia.
Essa
má formulação das provas também influiu no
desempenho dos alunos de Veterinária, que obtiveram
conceito C nos dois últimos exames, contra o A
mantido pelos docentes. Segundo Maria Helena Gaspar,
coordenadora do curso, a primeira prova tinha questões
com dupla interpretação mas a segunda foi melhor
elaborada. "Tenho visto o grande interesse da mídia
pelo assunto, principalmente pela veiculação dos
conceitos, mas para mim o mais importante é testar
o grau de conhecimento dos alunos e a forma como estão
sendo repassados os conhecimentos, procurando fazer
com que todos trabalhem de forma harmoniosa para a
melhoria da qualidade de ensino", enfatizou a
coordenadora.
Quem
também não concorda com a forma como a avaliação
dos alunos vem sendo feita é a coordenadora do
curso de Direito, Jurema Stussi. "A última
prova aplicada aos nossos formandos, por exemplo, não
investigou se o aluno tem uma visão crítica do
Direito, na opinião da quase unanimidade dos
professores que analisaram as questões. Não
queremos formar meros leitores de códigos e sim
juristas com visão humanista", informou
Stussi. O curso, cujos estudantes caíram de B para
C entre 97 e 98, já recebeu a comissão de
especialistas do MEC, que concedeu conceito MB
(equivalente ao A) para o desempenho didático-pedagógico
e B para a estrutura e corpo docente. "Esse
resultado nos deixa bem à vontade para solicitar ao
MEC os meios que necessitamos para melhorar as condições
materiais do ensino e a titulação dos nossos
professores", ressalta a coordenadora.
Cair
de A para B deixou muitos alunos de Engenharia Civil
chateados, segundo a coordenadora do curso, Chou Sin
Hwa, que ressalta o fato de o Provão ser realizado
uma vez por ano e, sendo em junho, não permitir que
os formandos do segundo semestre tenham cumprido
todo o currículo. Para ela, embora o resultado do
exame do MEC tenha repercussão no mercado, ele não
deve ser a única forma de avaliação. O projeto de
avaliação interna e externa, sob responsabilidade
do Paiuff, também é importante, defende Sin Hwa.
Retrocesso
idêntico viveram os formandos de Engenharia Química,
em contraste com o duplo A de seus professores, o
que pode ser justificado pelo perfil dos alunos que
foram avaliados: antigos na universidade, alguns com
mais de dez anos de curso e outros até com prazo
esgotado. "A prova também estava mais difícil,
com perguntas de dupla interpretação, revela a
coordenadora do curso, Luciane Pimentel Costa
Monteiro. Segundo ela, o Provão não tem uma boa
aceitação entre os alunos, mas o Departamento de
Engenharia Química e a coordenação vêm
trabalhando juntos para mostrar a importância dessa
avaliação. "Tentamos incentivá-los por meio
de palestras e conversas informais, mostrando que o
seu diploma depende desta avaliação. É como se
fosse um vestibular para a vida profissional",
diz a coordenadora. Ela considera que o exame tem
seus lados positivo e negativo. "A nota pode
refletir de várias formas no prestígio interno e
externo do curso e até mesmo influenciar a escolha
pela universidade".
DONOS
DO TRIPLO A
Só
quatro cursos da UFF alcançaram o status de
"triplo A" (na avaliação dos alunos e
dos docentes): Letras, Matemática (Niterói) e os
de Administração de Niterói e Macaé. Para o
coordenador dos quatro cursos de Administração,
Luiz Coelho, este bom resultado se deve em grande
parte ao mesmo currículo mínimo e à vontade dos
alunos de pôr a UFF com o conceito máximo,
independente de discordância em relação ao método
de avaliação. Coelho acha absurdo tirar das
universidades federais a prerrogativa de
reconhecerem seus próprios diplomas. Além disso,
os professores do curso constataram erros
conceituais das bancas que elaboraram as provas nos
anos anteriores.
O
bom desempenho dos graduandos de Letras – terceiro
maior em número de alunos da Universidade, com oito
habilitações – não mudou a opinião da
coordenadora do curso, Marlene Gomes Mendes, sobre o
teste aplicado aos alunos, que para ela "não
mede nada" e está incentivando a abertura de
"cursinhos" preparatórios. "Isto é
um total desrespeito à nossa instituição, mas não
temos escolha. Se os alunos não fizerem, o que vai
aparecer na mídia é o conceito E, como aconteceu
com o Jornalismo." Marlene Mendes lembra que
tanto o boicote quanto o bom desempenho podem ter
reflexo nas inscrições do vestibular seguinte,
reduzindo ou aumentando a procura. "Acho que a
melhor maneira de protestar contra o método, no
caso dos estudantes, é fazendo uma boa prova."
Os professores também podem manifestar seu
desacordo com esse sistema de avaliação ao
responder o questionário enviado pelo MEC, como
fizeram alguns que dão aulas para o curso de
Letras.
Apesar
de todas as críticas, a coordenação do curso de
Matemática de Niterói considera válido o método
de avaliação do Exame Nacional de Cursos e entende
que a polêmica estabelecida se deve ao fato de a mídia
divulgar apenas parte do processo, que é o
resultado do Provão. A avaliação dos cursos de
graduação também inclui indicadores de qualidade
de acordo com os padrões da comunidade acadêmica,
lembra a coordenadora do curso, Maria Lúcia
Villela, para quem os alunos entenderam muito bem o
seu papel neste processo. "A coordenação
estabeleceu um diálogo muito produtivo com eles,
dando o apoio necessário e as informações
primordiais em tempo hábil. A prova para o curso de
Matemática foi considerada simples, porém muito
longa, pela grande maioria dos alunos. Na avaliação
da prova encaminhada ao Inep, a coordenação
sugeriu que fosse diminuída a quantidade de questões
de múltipla escolha e considerou razoável o número
de questões discursivas. "O comparecimento dos
alunos foi de 99%, e não houve boicote como em
outros cursos" – esclareceu Villela.
AVALIAÇÃO
Para
a chefe da Subcoordenadoria de Avaliação da
Proac, professora Rosângela Lopes Lima, também
membro do Projeto de Avaliação Institucional
da UFF (Paiuff), o Provão é uma avaliação
pontual que não pode ser única. E não se
limita ao conceito atribuído aos alunos de um
curso. Ela lembra as visitas de comissões de
especialistas do MEC, pouco divulgadas na mídia.
Na UFF, seis cursos já receberam a visita:
Administração, Direito, Engenharia Civil,
Engenharia Química, Medicina Veterinária e
Odontologia.
"A
universidade deve se adiantar às comissões
do MEC e elaborar diagnósticos de cursos,
chamando comissões de especialistas e
estabelecendo critérios para que os cursos
sejam avaliados", diz Rosângela. "É
importante o aluno fazer a prova da melhor
maneira possível, mesmo não concordando com
o Provão. A UFF tem que investir nesta
resposta à sociedade. Se temos cursos de
qualidade, não podemos deixar que pensem que
não temos."
As
comissões de especialistas do MEC são
compostas por dois especialistas da área.
Geralmente eles passam dois dias visitando as
instalações do curso, em contato com o
coordenador e alunos. Além dos conceitos
atribuídos, indicam o que deve ser feito:
melhoria de laboratórios, atualização de
bibliotecas (principalmente com aquisição de
periódicos), contratação de professores. De
onde virão os recursos é a pergunta a ser
respondida.
Os
conceitos emitidos pelas comissões do MEC
para a avaliação das condições de oferta
dos cursos, realizada em 1998, são os
seguintes:
Curso |
Corpo
Docente |
Organização
didático-pedagógica |
Instalações |
Administração |
CB |
CR |
CR |
Direito |
CB |
CMB |
CB |
Engenharia
Civil |
CMB |
CMB |
CB |
Engenharia
Química |
CB |
CMB |
CB |
Medicina
Veterinária |
CB |
CMB |
CI |
Odontologia |
CB |
CB |
CR |
LEGENDA
CMB: condições muito boas - CB: condições
boas
CR: condições regulares - CI: condições
insuficientes |
OS
ESTREANTES
Os formandos de Economia, Engenharia Mecânica e
Medicina farão sua estréia no Provão deste ano
cientes dos efeitos dos boicotes isolados e da
maneira como a mídia divulga os resultados
negativos (abaixo de B). "Acredito que os
estudantes estão conscientes da sua importância na
qualidade do curso, sentindo-se também responsáveis
por ela", afirma a coordenadora do curso de
Engenharia Mecânica, Myriam Eugênia Barbejat. Para
isso tem contribuído muito o Programa Especial de
Treinamento (PET) da Capes, na opinião da
professora, que não entende por que o MEC quer
tirar da universidade a autoridade de conceder o
diploma. Tranqüila quanto à formação
profissional do aluno, Barbejat tem dúvidas se a
capacidade de trabalho do formando será realmente
medida, mas está atenta à repercussão dos
resultados na mídia e suas conseqüências, por ser
o instrumento de avaliação do ministério. Há
cerca de um ano o curso preocupa-se também com a
auto-avaliação, consciente das modificações
pelas quais tem que passar para atender melhor às
demandas da profissão, procurando readaptar-se em
áreas como a mecatrônica, por exemplo. A formação
mais humanística é outra preocupação. "O
aluno deve desenvolver iniciativa, criatividade,
habilidades de comunicação e de trabalho em equipe
e acreditar em seu potencial", diz a
coordenadora.
"Não
devemos mascarar a realidade do nosso curso para não
parecer artificial, devemos deixar que a avaliação
seja feita de forma a mostrar o nosso
cotidiano", afirma o coordenador do curso de Ciências
Econômicas, Antônio da Costa Dantas Neto, que fez
um trabalho de conscientização para os docentes
orientarem os alunos sobre o Provão, deixando-os à
vontade para fazerem sua opção. Ele não concorda
com a forma de avaliação baseada em uma prova
nacional para alunos de universidades que têm currículos
diferenciados. Segundo Dantas, o corpo docente deve
conseguir um bom conceito, pois 80% são doutores.
Mas ele demonstra preocupação quanto à relação
professor/aluno, que na Economia é de 1/69,
enquanto o MEC considera ideal nesta área a proporção
de 12 alunos para cada professor.
Já o
coordenador do curso de Medicina, José Carlos
Baptista Vieira, acha cedo para dizer se o Provão
do MEC é válido ou não, embora acredite que toda
avaliação é fundamental. Mesmo ainda não sabendo
do conteúdo, alunos e professores estão tranqüilos
e não há nenhum movimento de boicote. O curso de
Medicina da UFF já é avaliado pela Comissão
Interinstitucional Nacional de Avaliação do Ensino
Médico (Cinaem), projeto constante, permanente e
dinâmico das escolas médicas de todo Brasil. Além
disso ele se preocupa em verificar não só a
capacidade de trabalho do formando, mas de toda a
instituição. "Não é apenas uma prova de
final de curso", diz o coordenador. Vieira não
se preocupa com a repercussão na mídia: "A
notícia é temporária", afirma. Mas acha
"um absurdo" a entrega do diploma estar
relacionada com o Provão, já que a UFF é
subordinada ao MEC: "Isso é uma forma de
obrigar os alunos a comparecerem às provas".
POR
DENTRO DO EXAME
As
provas deste ano serão aplicadas no dia 6 de junho,
um domingo, às 13h. Os alunos deverão estar no
local de provas às 12h15. A única instância
responsável pela inscrição dos alunos é a
coordenação de cada curso. Ela deve identificar os
prováveis graduandos do ano letivo de 1999 e
ex-alunos que não prestaram o exame nos anos
anteriores e que por isso não podem ter seus
diplomas encaminhados para registro. O graduando
deve informar à sua instituição qualquer mudança
em seus dados pessoais, principalmente o endereço
residencial. As instituições deverão fornecer ao
Inep os dados cadastrais dos formandos inscritos até
o dia 28 de março.
Se
o estudante faz o exame e tira uma nota que não o
agrada, pode fazer prova novamente. Para isso é
necessário entrar em contato com a instituição na
qual estudou e atualizar seus dados. Já quem não
prestar o exame não receberá o diploma registrado
(Lei 9.131/95). Mas poderá participar da formatura,
receber seu histórico escolar e até certificado de
conclusão de curso.
QUEM
ELABORA
A
responsabilidade de formular o Provão é das Comissões
de Cursos, compostas por especialistas de notório
saber, atuantes na área, constituídas por Portaria
Ministerial após consulta às Comissões de
Especialistas de Ensino da Secretaria da Educação
Superior (SESu), ao Conselho de Reitores das
Universidades Brasileiras (Crub) e aos conselhos
federais e associações nacionais de ensino de
profissões regulamentadas. As Comissões de Cursos
são responsáveis pela definição dos objetivos,
do perfil desejado do formando, das habilidades e
conteúdos programáticos a serem avaliados. Seus
membros, além de serem subsidiados pelas contribuições
das organizações pelas quais foram indicados,
contam também com os subsídios encaminhados pelas
instituições de ensino superior. Após este
trabalho, as comissões orientam as bancas
elaboradoras dos instrumentos necessários para a
realização do Exame.
OS
CONCEITOS
Os
critérios para atribuição dos conceitos dos
alunos e dos docentes são os seguintes:
Conceito |
Nota
dos Alunos |
Titulação
dos Docentes |
Jornada
de Trabalho dos Docentes |
A |
12%
dos cursos com as melhores notas |
Mais
de 50% dos professores têm título de
mestre ou doutor |
Mais
de 50% dos professores têm contratos de
mais de 20 horas semanais |
B |
18%
dos cursos |
31%
a 50% |
31%
a 50% |
C |
40
% dos cursos |
21%
a 30% |
21%
a 30% |
D |
18%
dos cursos |
11%
a 20% |
11%
a 20% |
E |
12%
dos cursos com as piores notas |
Até
10% dos professores têm mestrado ou
doutorado |
Até
10% dos professores têm mestrado ou
doutorado |
Informações
no site do Inep: www.inep.gov.br/enc
Ascom:
Sonia Aguiar (assessora); Produção do Momento UFF:
Marcelo Gualda; Equipe de Jornalismo: Adriana
Barbosa, Kátia Vieira, Lucília Machado, Luiza
Helena Peluso, Margareth Rossi, Rosane Fernandes,
Sonia de Onofre; Programação Visual: Marcos
Monteiro, Jaime Baron, Carol Jordão (bolsista) -
Reitoria, 8º andar - Telefones: 717-8271 e
620-8080, ramais 357 e 453 -
E-mail: momento@vm.uff.br
Versão Web: Luiz
Alberto Maron Vieira |